... 30 anos a construir e a viver histórias consigo
... 30 anos a construir e a viver histórias consigo
HISTÓRIA
no Pico, toda a gente tem duas mães:
o mar e a montanha
Assim é com Quim Nené, que há mais de meio século nasceu na Areia Larga, junto à Madalena do Mar, e que desde a adolescência – no tempo em que os jovens “fugiam” de casa pela montanha acima – sobe ao Pico, guiando os visitantes até ao ponto mais alto de Portugal.
É um dos guias de montanha que há mais tempo acompanha os caminheiros açorianos, continentais e estrangeiros ao longo dos poucos mas inclinadíssimos quilómetros que separam a Casa da Montanha do alto do Piquinho. As escoadas lávicas dão sempre lugar a uma escoada de histórias, uma outra forma de ir subindo ao topo do vulcão, envolto por um mar de nuvens e memórias.
Depois do regresso feliz ao nível do mar, Quim Nené tem outras aventuras para partilhar: o kayak, o windsurf, a bicicleta, as grutas, a pesca e por aí fora, sem parar.
Quase nenhum recanto da ilha lhe é desconhecido, pois o Pico é o único lugar do mundo onde ele se imagina a viver: ele foi escolhido pelo Pico, mas ele também escolheu o Pico. Quando o Quim leva alguém a qualquer lugar da ilha, parece que é sempre a sua primeira vez tal é o deslumbramento com que partilha esse momento com os seus companheiros de viagem.
TURISMO NATUREZA
forte e sustentável
A par da biodiversidade e da herança cultural que lhes está associada, a Montanha do Pico, é um lugar de descanso, aventura, solidão e beleza cénica, o que legitima a procura de visitantes, nacionais e estrangeiros. Com o rápido desenvolvimento do setor turístico potenciou-se o número de viagens realizadas em grupo ou individualmente. Tornou-se assim necessário garantir a satisfação dos turistas face à oferta dos destinos, para tal as organizações oferecem diferentes experiências rumo à superação das expectativas.
As visitas guiadas desempenham, um importante papel pois permitem a aproximação das pessoas aos lugares, conjugando uma ligação intelectual, emocional e espiritual, traduzida em benefícios para as comunidades locais. Neste sentido todos os recursos humanos afetos à oferta cumprem um papel relevante no desenvolvimento do turismo dado que proporcionam segurança e promovem a interpretação/compreensão dos destinos. Neste âmbito, surge a figura de guia especializado.
Apesar da reconhecida posição que ocupam no sistema turístico, aos guias especializados não compete apenas ajudar os turistas a obter experiências únicas mas, acima de tudo, também desenvolver o turismo de forma sustentada favorecendo as comunidades locais. Deverão projetar uma imagem favorável do destino aumentando o interesse dos turistas pela natureza e cultura locais e ainda estimular comportamentos ambientalmente responsáveis.
Nem sequer precisaria de ser a mais alta. Basta-lhe ser o Pico para escorrerem nela todas as montanhas que habitamos, incluindo as suas seis companheiras do céu que fomos atravessando pelos caminhos deste Verão, do Açor aos Açores. Misteriosa e mágica? Sagrada ou Atlântida? Transparente de tão negra?
Nenhum outro pico se poderia chamar simplesmente Pico.
... Quim Nené está sentado na memória da sua adolescência da Areia Larga, de onde escapou de casa nos longínquos dias em que fez a sua primeira subida à montanha, aquela que nunca mais se esquece, a partir desse mesmo lugarejo encordoado à Madalena de onde Manuel de Arriaga zarpou a cavalo, com Arthur d’Avellar, para cumprir a primeira etapa da sua subida de 1887, experiência que lhe faria escrever o “Canto ao Pico”,
muito antes de ser o mais alto cidadão da hierarquia da futura república.
André Cunha
5 de Setembro de 2020, 7:01
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